sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Nomofobia: O vício em celular agora é uma doença




Vício em celular atrapalha vida familiar e profissional

Cerca de 18% dos brasileiros admitem entrar em pânico se ficarem sem o aparelho

Celulares supermodernos estão entre os presentes de Natal mais populares. Você mesmo pode ter ganhado um. Mas cuidado, pois a maior facilidade em obter estes aparelhos criou uma nova doença: a nomofobia, síndrome que deixa a pessoa dependente da tecnologia. A empresa francesa de pesquisa Ipsos revelou que 18% dos brasileiros admitem ser viciadas nos seus aparelhos. Em outro levantamento, feito pela revista ‘Time’ e pela empresa Qualcomm, 35% dos brasileiros afirmaram consultar o celular a cada dez minutos ou menos.

 


Ficar longe do tablet ou do smartphone parece missão impossível para muitos. A psicóloga Andreia Calçada explica que este vício atrapalha as relações pessoais e profissionais: “A pessoa fica muito desgastada, começa a não dormir direito e não dar atenção à família, para poder ficar olhando o celular. Se esquece o aparelho em casa, entra em pânico. Tudo isso prejudica a maneira com a qual ela vai se relacionar com os outros”.

A psicóloga afirma ainda que a falta de contato com o aparelho causa sensação de perda. “As pessoas acham que, por não estarem olhando a todo instante o celular, estão perdendo o que está acontecendo. Têm a sensação de estarem sendo deixadas de lado”, alerta.

Ainda segundo ela, dependendo do grau de uso, o smartphone pode causar dependência química como qualquer droga. “Muitos criam um comportamento obsessivo-compulsivo com o celular e precisamos tratá-los como viciados”, diz Andreia . O especialista em administração de tempo Christian Barbosa explica que é preciso achar um limite no uso dos aparelhos eletrônicos. “Não adianta colocar o celular à frente da sua vida pessoal. Temos que saber separar o uso exagerado do saudável”, explica. Os aparelhos que possibilitam que se faça várias tarefas simultaneamente prejudicam o rendimento profissional.

Dificuldade em separar real e virtual

A psicóloga Andreia Calçada alerta também para o fato de o uso indevido dos aparelhos eletrônicos causar dificuldade na separação do mundo real do virtual.

“Algumas pessoas simplesmente não conseguem se desconectar. Mesmo durante um jantar a dois, elas usam os aplicativos do aparelho para se comunicarem”.

É assim com o operador de informática Vinicius Pereira, 32 anos, que se considera dependente do celular. “Minha mãe e meus amigos reclamam todas as vezes que saímos porque eu sempre estou atualizando alguma coisa ou vendo alguma novidade. Mas não adianta, eu olho e uso o tempo todo mesmo”, conta.

Para resolver o problema, Christian Barbosa avisa: esqueça que ele existe. “As pessoas precisam guardá-lo na gaveta mesmo. Desativar as notificações e deixá-lo longe. Assim, vai amenizar a dependência pouco a pouco”.

Nomofobia
 
Você é daqueles que não conseguem desgrudar do celular nem por um minuto do dia? Está sempre ligado nas redes sociais onde quer que esteja? Saiba que você pode estar sofrendo de nomofobia, termo criado na Inglaterra para designar as pessoas compulsivas por esse tipo de conexão.
A palavra é uma abreviação de “no mobile phobia” que, literalmente, significa o medo de ficar sem celular. Segundo pesquisas da empresa de segurança SecurEnvoy, cerca de 76% dos jovens britânicos entre 18 e 24 anos sofrem do mal e alguns chegam a ter dois ou mais aparelhos para garantir que sempre estarão online.
Segundo Damien Douani, especialista em novas tecnologias, a chegada dos smartphones e dos planos de internet ilimitada fizeram com que incidência do problema expandisse em todo o mundo. A presença do Google também em celulares e a possibilidade de sempre se encontrar resposta para tudo são apenas dois potencializadores, explicou em entrevista ao site do jornal Folha de S.Paulo.
Os franceses também exibiram resultado semelhante. De acordo com pesquisa realizada pela Mingle, 22% dos jovens do país acham impossível ficar um dia inteiro sem celular. Números semelhantes se repetem em diversos países da Europa.
Segundo o escritor francês Phil Marso, que redigiu um livro inteiro utilizando apenas SMSs, o uso constante dos smartphones e redes sociais gera uma grande vontade de estar sempre inteirado sobre tudo o que está acontecendo. O usuário acaba ficando nervoso e impaciente, podendo desenvolver problemas cardíacos.

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